CRÔNICAS


OS BONS TEMPOS VOLTARAM...


Não espere por nada muito original. Acho que todo mundo que já foi criança e se mete a escrever de vez enquando já escreveu sobre seus botões.
Sobre grandes clássicos solitários, ou campeonatos com amigos, primos, irmãos, golaços, partidas épicas, aquele botão especial. Quem ao mexer em alguma gaveta, ou revirar uma caixa no fundo do guarda-roupa, ou numa prateleira de garagem não se viu diante de uma caixinha "adaptada" cheia de botões, sim, adaptada, pois essas caixinhas muitas vezes eram destinadas a objetos de costura, guardar relógios, enfim "nossos ônibus" eram adaptações de caixas de vários objetos.
Geralmente essas caixas encontram-se empoeiradas, os botões não. O Tato. O Tato e o cheiro. Aquela caixa que um dia passou a guardar nossos botões. Panelinhas, Acrílicos, os famosos "Puxadores", os "Puxadores" do "Becker"(em nossa mente um ser alienigina, que parecia tirar seus botões num simples estalar de dedos), os "Legítimos" ou Botões de Galalite, que ninguém sabia o que era, talvez uma espécie de criptonita, um material milagroso vindo de outro planeta. Ainda não sei o que é Galalite.
O Tato no estojo, o cheiro do talco. É quem não polvilhou seus botões em talco, para que escorregassem mais. Dai quando abriamos nossas caixinhas de cara deparavamos com nossos craques, com nomes e apelidos estranhos, muitas vezes citados como aquele roxinho de base verde, o pretinho, o panelão, cavadores lixados a mão. Também não podemos esquecer dos goleiros, que muitas vezes eram tacos de madeira ou caixa de fosforos, adaptados. Faziamos jogadas mágicas, com botões de camisas, grão de milho como bola, até objetos mais pesados como dados eram utilizados, os campos eram de compensado, ao qual jogavamos no chão, as vezes em cima da mesa da cozinha, com um cobertor para não arranhar.
Nossos botões deslizavem felizes sobre os "estrelões da vida", se consagravam nos campos na casa do Matheus lisboa, do Clube Guarani, Na Garagem do Waguinho do Marfiza, Na Casa do Cris lá da Cohab Leste, na cozinha na casa do Franklin"Ogro", no galpão lá em casa, enfim em toda a galera que praticava essa arte. Até que aos poucos fomos sendo engolidos pela tecnologia, e aí já havia um salão e cavaletes para jogar de pé, eu preferia de joelhos, mas eram outros tempos, profissionalismo, campeonatos, tabelas que a gente mesmo fazia, regulamentos complicadissimos, medalhas, apareceram campos maiores, de gramado mais aspero e amplo, mudaram-se as táticas, as regras, as bolinhas de camisa resistiu por algum tempo, vieram as pastilhas, foi dificil a adaptação, e assim a carreira dos panelhões, legitimos e Galalíticos entrou em declinio.
Eram tempos já da galera ter uma graninha extra, para envestir no hobby, pegar o ônibus do estudante e descer no centro em Pel e caminhar até o "Becker", para fazer os botões ao gosto, com cores e "Caidas" exclusivas, maletinhas compravamos na Icaro sportes, escudos começavam a ser feitos no computador, via Paint, internet e tecnologia a serviço do futebol de botão, estavamos nos "Europelizando", goleiros personalisados, jamais vou esquecer dessa fase.
Eram meses guardando realzinhos, para poder fazer os botões no becker;Começava uma nova era, a era dos botões técnicos, de passadas largas e macias, imponentes e arrasadores. Ah!!! os Goleiros...eu tinha verdadeira obsessão por eles e seus uniformes coloridos de "Grife": Penalty e Adidas, recortados da revista Placar e numeros de calendario. Todo mundo fazia seus escudinhos a mão mesmo, colando com durex o escudo recortado da placar com o numero extraido do calendario ao lado. E quando apareceu o decadrin, nossa que Luxo só!!!
Vi minha vida em meus botões, resgatei a caixinha um tempo atrás e fiquei olhando para eles durante à noite e de madrugada, cheirando o talco que os polpa das agruras do mundo, passando os dedos pelos escudos, e pelos estojos e caixinhas e latinhas que sempre foram seu teto, para sempre serão, seja qual for o teto que me abrigue.
Obrigado DEUS, por colocar em minha vida "Malucos" como eu, que compartilham desse prazer inesplicavel que é jogar Botão, e toda mágia que envolve esse misto de Hobby com esporte; trocar, confeccionar os escudos, e principalmente unir velhos amigos, e adiquirir amigos novos, tudo isso graças ao bom e velho futebol de botão.
Por isso faça como a gente, tire a poeira da sua "Caixinha", pegue seus botões e venha jogar com a gente, venha para a LIBFUM, venha se divertir e fazer novos amigos, quem sabe você não revela um novo craque e propostas milionarias não surjam para ele. Venha fazer parte do nosso pequeno planeta, repleto de rivalidade(sadia), arriação, competição, confraternização, e acima de tudo respeito e amizade. ESPERAMOS VOCÊS!!! Escrito por Matheus Amarilho

CONTATOS:Matheus Amarilho(84154425); Eduardo Muñoz(84040825).


                                                                      NOBRE ARTE




O homem mais rico do mundo queria saber qual era o mais nobre dos esportes e, para isso, chamou três sábios: um da China, porque a China é o berço da sabedoria; outro da França, porque a França é o berço da ciência e outro dos Estados Unidos, que não são o berço de coisa nenhuma mas ganham muitas medalhas nas Olimpíadas.
Logo que os três sábios chegaram à casa do magno magnata, este lhes perguntou: “Senhores, qual o mais nobre dos esportes? Aquele que me convencer receberá um pote de ouro.”
Então o chinês disse: “Honorável senhor, em todos os esportes há nobreza, mas em nenhum outro há mais do que no xadrez. Ele é um jogo de estratégias e inteligências, onde mais conta o cérebro do que qualquer outra coisa. O xadrez é o esporte do intelecto.” Depois, satisfeito com
suas próprias palavras, sentou e tomou seu chá.
Então o francês falou: “Monsieur, nenhum esporte se compara à esgrima. Na esgrima treinamos pontaria e rapidez, defesa e ataque, reflexos e precisão. É um esporte onde todo o corpo é chamado a agir, e por isso é o esporte da habilidade física.” Depois, satisfeito com suas palavras, sentou e tomou seu vinho.
Então o norte-americano rosnou: “Mister, o xadrez e a esgrima são okeis, mas o mais nobre mesmo é o pôquer, que exige dissimulação e farsa, psicologia e trama. Ele não é jogado apenas com o corpo e o cérebro, mas também com a alma. É o esporte do controle emocional”. Depois, satisfeito, sentou e tomou sua Diet Coke.
O homem mais rico do mundo disse que precisava de algum tempo para pensar sobre aqueles profundos arrazoamentos, e, como pensar dá fome, pediu uma pizza pelo telefone.
Quando o entregador chegou com a pizza, o homem mais rico do mundo, só por brincadeira, resolveu lhe perguntar qual era o esporte mais nobre: o xadrez a esgrima ou o pôquer. O entregador não se fez de rogado e disse: “Esses três esportes são importantes, mas o mais nobre de todos é o futebol de botão”. Os três sábios caíram na gargalhada, mas o entregador permaneceu imperturbável. “Vejam, o futebol de botão é uma síntese do conhecimento humano. Ele necessita de movimentos estratégicos como o xadrez; pede pontaria, reflexos e precisão como a esgrima — e requer autodomínio como o pôquer”.
O futebol de botão, senhores, é o único esporte onde são necessário intelecto, habilidade física e controle emocional. Tudo ao mesmo tempo e em igual proporção”.
Todos ficaram boquiabertos com tais idéias e as aplaudiram com entusiasmo.
O entregador então fez uma partida de botão com cada um dos presentes para celebrar a mais nobre das artes. Ele venceu o chinês por 8 x 0, goleou o francês por 9 a 0 e deu de 10 a 0 no norte-americano.
Estranhamente, porém, perdeu de 1 a 0 para o anfitrião; e com um gol contra. O MAIS NOBRE DOS ESPORTES.

Cronica estraida do blog da Liga Prudentina de Futebol de Mesa, secção Contos & Cronicas...